segunda-feira, 20 de setembro de 2010

' Hoje parei pra ler Vinicius de Morais. Vários poemas, frases e crônicas, mas teve uma em especial que mexeu comigo. Fala de amizades que com o tempo vai se dispersando, gradativamente. Eu fiquei triste. Fiquei triste por perceber que isso realmente acontece, e nós nem percebemos. E fiquei mais triste por notar que pouca coisa é feita para que uma amizade não perca a cor. Durante anos damos as mãos e seguimos andando juntos, segurando e se apoiando mutuamente nos amigos. Durante muito tempo sorrimos e choramos juntos, e nessas horas prometemos que aquilo seria eterno. Aí chega a vida e resolve que seu tempo é curto demais e que a distância é muito grande. e aquela amizade de todos os dias se reduz a alguns encontros mensais ou ate menos que isso. A gente nem dá muita bola, afinal o tempo vai passar e logo teremos mais tempo.
Os telefonemas vão diminuindo de frequência as notícias e segredos vão sendo esquecidos. A saudade vai apertando e afrouxando aos poucos, imperceptível. Aqueles planos do passado tornam-se meio bobos vistos no presente, não teriam dado certo.
Aí me lembrei de outro poeta que retrata tudo isso de uma forma belíssima e dolorosa. Oswaldo Montenegro nos manda fazer A Lista. Uma lista com seus amigos, desejos, defeitos e segredos passados. É... Eu sei onde está cada um dos meus verdadeiros amigos de sete ou dez anos atrás, alguns ficaram outros se foram, mas eu sei onde estão. Mas não os vejo nem falo com eles com frequência. Eu queria mudar isso. Queria poder falar o tempo todo o quanto eles foram importantes nas horas difíceis e o quanto as horas boas ficaram melhores pelo simples fato de estarem comigo. Mas como isso não é possível, me contento em transmitir meus pensamentos mais positivos cada vez vez que eu penso neles. '

Achei interessante, e de certa forma muito triste! É apenas uma realidade.. não vou dizer pra todos, mas, pra muitos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário